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Sem palavras Não há quadros imóveis para o olhar selvagem E o teu olho me invade cavando lembranças O silêncio inventado de nosso encontro É o doce espanto do fim das palavras Vestidas de novo de alvoroço... Minha agonia é um novo dizer Do que mesmo falado Prende as palavras. As águas rasas nos banharam. Julio Almada do Livro Hora Tenaz
Mergulho “As mulheres começam por resistir aos avanços de um homem e terminam por bloquear a sua retirada” Oscar Wilde Medo estranho. Estranho sim. Diferente. Incomum. Suspeito que os medos apesar de freqüentes e íntimos e viscerais não pertencem à categoria das coisas comuns. Gosto de dicionários, vejamos o que um deles me diz: Comum adj. 1.Pertencente a todos ou a muitos. 2.Habitual, costumeiro. 3. Banal,Trivial. – O dicionário estava aberto e percorri sem medo, isto é importante, as muitas páginas que distanciam comum de medo naquele livro e, depois de ler a definição de medo ali contida, digo, é maior a distância dos dois no dicionário do que no correr dos dias – Medo sm. Sentimento de inquietação ante a vivência de uma ameaça real ou imaginária; receio, temor. Imaginária ou imaginário, mais perto de medo no dicionário do que comum, digo, do que a palavra comum. Imaginário adj 1. Que existe apenas na imaginação; ilusório...... Estranho: Povoando por primeira vez o escuro espaço de ...
Caros Amigos Preciso de apoio para publicar um novo livro e criei um vaqinha online: http://vakinha.uol.com.br/Vaquinha.aspx?e=4705 Qualquer contribuição será bem-vinda! Um Grande Abraço Julio Almada
Quando não se sabe o nome do amor A hora do dia hoje: é teus lábios trêmulos A flor do retrato sem olhos, só boca Agarrando com suor de saliva os beijos Não quer perder o amor que sufoca A brisa do teu perfume aqui me abre Cicatrizes no espelho que evito Quero achar-te ali e é tarde Falar de razão para o infinito Pressinto a vida no vão da janela A dávida para mim é só pressentir Nós: é só um sonho louco e congela Com solidão parte de mim sem porvir. Ainda escutarás meu nome e talvez Esquecer nem seja algo necessário Sempre depois somos o que se desfez Ao vermos o antes precioso como falho. Julio Almada
contorno Existe na foto Um osso exposto O osso do beijo Que ainda tem gosto Julio Almada
Uma dor chamada Valdivia Na fuga de qualquer hemisfério, meus pés mais ao sul resolveram circular: tenho saudade do tempo em que haviam somente quatro estações. A tônica desse tempo é a ruidosa meia-estação, não é nem uma coisa nem outra. E aqui estou, 01:30 depois de uma ligação de uma hora atrás em pleno inferno invernal de Curitiba ou melhor diria, Inverno infernal. A libido está sujeita a graduações em desejos Celsius. Não é o “fog”, há entre nós um oceano de distância...mas sempre há essa neblina que afoga qualquer libertinagem tênue, não a minha. Engulo Curitiba sem água nem prevenção nem ligação antecipada para saber se a vida segue preservada. Sempre conheço a mulher da minha outra vida e apago a cada dia três do que ainda me resta para viver. Quero tê-la, prelúdio de ser abandonado, de figurar para sempre naquelas dúvidas: fui esquecido? O Equívoco é para mim um presente dado sem cerimônia, ano que vem tudo muda, será? Julio Almada
O silêncio quis revelar seus segredos e, o fez, em 7 horas de um dia.Confessou sua face nas relações – ponte ou abismo, amor ou desamor, fim da palavra ou a palavra enfim.O Livro foi escrito em um só dia: 02/12/2005 ------------------------------- “Há silêncios bem-vindos, outros indecifráveis, alguns polidos e esperados, Há os indesejáveis. Há silêncios de hora inteira, outros de uma vida a devorá-la. Há os de esperar-lhe. Há os de desprezar-lhe. E se tanto silêncio há... Há o de silenciar-me... Para escutar o que seu silêncio diz, além das palavras silenciadas.” Julio Almada ------------------- Para Comprar o livro : http://www.corifeu.com.br/login.asp?pagina=cesta.asp&id=87
Compre um DVD contendo: * Livro Poemas Mal_Ditos em formato pdf(na íntegra) * 14 Faixas de Aúdio(Poemas Declamados) * Apresentação de Fotos com poemas Para adquirir o DVD envie um e-mail para : julio.almada@hotmail.com Leia a apresentação dolivro; www.poemas-mal-ditos.blogspot.com Mais texto de Julio Almada : www.julioalmada.net
Súplica Me ames. Farias o inevitável se o amor ponderado não fosse o imponderável se o amor não fosse o temporário se o impossível não fosse o necessário se meu sempre não fosse o embora. Julio Almada, Do livro Poemas Mal_Ditos
Esperança Que mundo de sombras este, Onde a penumbra Nos cobra favores. Onde o anônimo Nos traz dissabores. Onde quem cala, Nos fere com a alma, Não comprometida. E que depois de tanto, porém, Sempre há o modo certo De calar as cicatrizes. Julio Almada, Instantâneo Enlace
As viagens tornaram-se perdidas As viagens, tornaram-se perdidas. Olhos selvagens: Os rios absolutos. Perdidas almas, espiando, são viagens. Janelas da alma, os olhos que de selvagens, preservam sua natureza, famintos , aguardando olhares longínquos. Viajantes, os rios choram, Preservadas almas, cansadas de chorar. Declamando, a concisão da alma, Os olhos, rios formam, Lágrimas, no diamante de um olhar. Julio Almada do Livro Instantâneo Enlace
Em um Mapa sem Cachorros Em um dia fúnebre Antes da hora Do Mês dito Agosto O prato do pranto Foi a flor que chora Frio e nunca no ponto O meu verso é dessa Forma: fugidio inexato O sangue não é lágrima Mas bóia no mesmo prato E eu de mim tudo perdi Ao olhar inconformado Os dias no calendário Rasgados e putrefatos Para dizer do tempo: venci E nunca de fato Ter o tempo segurado Umas vezes ele me prendia Nas outras me degolava E o sangue doce foi Uma mesa vazia De esperar e embaraço Tudo o que eu antes dizia Hoje me olha estupefato Frangalhos meu sonho inútil Outroras meus simulacros Nem fingir mais eu sei De tanto que me zombaram E se o verso me verte algo Me exaspera ser: enfático Sou a metade do caminho De um fim que nunca sabe A que veio aonde termina se depois de tanta armadilha Compensa todo vil pedaço. Julio Almada
La Muerte “Morrer é apenas não ser visto. Morrer é a curva da estrada.” Fernando Pessoa He Muerto. No sé, si en el Jueves, por la noche o viernes al amanecer. No sé, és cierto, tratarse o no, de un sueño, ese estado no reconocido, de estar en si mismo. Pero cada sueño o ensueño, me pasó en la vida, con sus trajes variados. Sueños de reir, de espanto, en medio de la noche, pesadillas eventuales, sensaciones de no respirar. En el momento, afuera los ojos, sin lograr abrirlos y unas ganas de escribir, lo que no se olvida. Nada más tengo, ni siquiera sé, donde estoy. Tratandose, solamente de un estado de dormir, algunas horas, espero que, los angeles asaltantes de sueños, apunten lo que les cuento, por si acaso, se me olvida, parte o el todo, al despertarme. Nadie és teorico de muerte, quien dirá práctico.En vida, no tuve interés y ahora tampoco, és posible, prepararse en ese tema. Otra duda hay – si supiera, diria – ¿Alguien me vió muerto o se entero de eso? ¿Parezco algo loco o sin int...
Observada no metrô “Um homem nunca sabe aquilo de que é capaz até que o tenta fazer.” (Charles Dickens) ...o que fazer com os olhos abertos, senão povoar a nave da mente com as imagens rebeldes de qualquer deserto? Púrpura, roxo, nuances, uma blusa qualquer, linda sim, era a cor massageando suas faces sorridentes. O alvo da pele e o carmim dos lábios mordiscadores. A minha solidão enfrenta amiúde, essas doces feras, de recatadas investidas e desejos entorpecedores. Vê-la foi desnudar minha infelicidade. Tornar gigantes, os dias de mesquinhas insignificâncias. Diante da dádiva vemos nossa falta. Nos meus olhos, nunca antes houvera, a centelha por ela deixada. Seu olhar era uma perfilada busca do infinito. Imóveis músculos na face tornados guardiões de qualquer desejo escondido. Não a decifraria. Meus dias não seriam suficientes. Assim como palavra nenhuma, trocamos, nosso segredo foi, nenhum. Nos meus olhos nunca antes houvera, a centelha por ela deixada. Julio Almada, Do livro Caderno...
Tentando Explicar “A vida é uma pedra de amolar: desgasta-nos ou afia-nos, conforme o metal de que somos feitos.” (George Bernard Shaw) Caderno de ontem, não é um diário, aliás, dos dias apaguei seu costume de escolher datas. As lembranças, sólidas maneiras de eu saber, que não surgi imediatamente, brotam de forma avassaladora e não as dato. As datas são fatos de ontem. Muitas vezes, senti a tentação, após algumas linhas, em particular, as ritmadas e com rimas: as poéticas confissões emersas dos afogamentos e devaneios interiores: poemas, esses sempre pretendi datar. Pretensão! Ato quase nenhum. Seguem sem sinal de nascimento. Pertencem a maioria – confesso ter imposto a poucos o destino de nascer em um determinado momento – ao tempo contínuo, ao surgir agora como eu nunca haver surgido, assim gosto que me ocorram os escritos. Mas bem sei e posso contar: laborioso e cheio de ruídos e fagulhas, pode ser o aparecimento de cada poema. Caderno de ontem. Caderno do Tempo no papel do silênci...
Testemunha O Mar é o manto Do choro lento Do leve pranto Da dor do tempo. Julio Almada do Livro Hora Tenaz