Conheci
Junkies on the rocks
Que tristes pareciam
Na meia-noite
do mundo
Sem música e
poesia
Trash on the
street
E pó de
nostalgia
Andei mil
lábios e nem desfaleci
E quando de
olhos abertos
O mundo
parecendo certo
Mostrou-me o
sangue, o fogo e a flor
De pronto era
Alice e o país das maravilhas
Não passava e
eu nem sabia
De um conto
de fados
E uma cama
para sempre vazia
Na última
sessão de fotos
Um flash
dilacerou
Meu coração
cansado
Conheci
Junkies on the rocks
Em ruas que
não eram minhas
Em dias que
me caçavam
De volta às
mesmas esquinas
Quando a lua
já desistia
De iluminar
sagas ensandecidas
Hoje molho no
pão vosso de cada dia
Minha pena de
securas estarrecidas
Meu olho
quase morto onze da manhã
E alguém à
espreita da minha fugitiva vida
Um amor verso
a verso retalhando
Minha dor na
qual ninguém mais acredita
E os maus mal
parando em pé
Numa solidão
de viés quase comprometida
Conheci sweet and darkness
Far away my heart em plena descida
E ruas de um
gosto de sal
Que o sol
petrificou pra toda vida
Andando só e
mal acompanhado
Quién supo hallar
mi corazón alado?
Será que
alguém se esqueceu mesmo de mim, depois de algum tempo haver lembrado?
Ou quem sabe
aqui nos versos
Só e de Olho:
embriagado
Posso dizer
da vida seus mil lábios
Com línguas
de fel e equívocos nos armários
Julio
Urrutiaga Almada, do livro De Olho:Embriagado
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