O Poema fôlego: Máquina de Moer Carma, virou poema livro com seus 320 e tantos versos. Leia o começo, é um meio de querer ir até o fim:
Máquina de Moer Carma
Quero essa poesia morta
De orelha a orelha
Nós que não teremos
paraíso
Não quero o aviso
Insosso
De nenhum Bom Sense
Sem inocência
Que virou almoço
Ou lugar-tenente
De algum lumpem inteligentsia
Quero ao menos
A suja fossa limpa
E a sincera indecência
O sistema de moer almas
Nos quer desprovidos
De qualquer amor
À narina
Desprovidos da
Arte do cheiro
Ao inalar morte marinha
Sugamos com desespero
Fuligem e honraria
Por falta de fome e
exemplo
Sou ainda o mesmo homem
Nome extenso pra guarida
Solidão pra passatempo
Comendo o momento
Me empanturro de futuro
E embriagado de ar
Nada me dói, eu juro
E mais pra dizer, diria
O desuso do silêncio
Há freio no amor puro
E excesso de conselho
Em excesso sem belo
Estátuas de sol
Ex-tratos humanos
A tela retina
Não retém
A guria dos olhos
Nem o trash lixo sistema
De fazer bicho
Espera sua esperada
faxina
Decanto descartes
No teto desnudo
Do ter para ser
E do verso confuso
Sem verbo nem versão
Só esquecido
Eu grito poeta
E dos infernos
Não há notícia
A realidade
Não passa na televisão
Mundo caos caos
casuístico
Mundo soda caústica
Ácido sulfídrico
Mundo imundo limpo
A ordem da tela parada
É seu enorme risco
Caos caos caótica
ceninha
Carótida vertida no
nervo
Ótico da mídia
Tele invasiva televisiva
a
Quero tele invisível
A quero
teleteletransportada
A quero extremista
No extremo lado do
abismo
Bem fora da minha vista
Não façam a minha cabeça
Desfazendo a minha vista
Deixe que minha cabeça
Eu faço
No breve espaço
De minha língua
Salgada, doce, amarga,
ácida
Realçada a realidade sem
gosto
Sem bom gosto
Sem tostão
Sem crédito
Sem dívida
Sem antidepressivo
Sem sem sem sem sem
Caos sem solução
o poema continua, para conhecê-lo envie um e-mail para juliourrutiaga@gmail.com
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