O livro Beira do Caminho reúne poemas selecionados de 5 livros de Julio Almada. Leia a seguir, a apresentação de cada conjunto de poemas inseridos no livro:
LIVRO DOS SILÊNCIOS
“Contrariando minhas premissas, este livro, surgiu de um propósito, aparentemente racional e, como um desabafo do silêncio, fluiu vertiginosamente, de sobressalto, nas contadas horas, de um só dia.”
02/12/2005
Publicado em Abril de 2006, Editora Corifeu, 39 poemas sobre o silêncio nas relações.
Conheça um dos Poemas:
Brilho de uma lua
Desnuda a lua?
Desnudos, estamos nós,
Cobertos de alguns veludos,
Tecidos longe da voz,
Dos nossos, muitos sentidos.
Nudez absoluta,
Despidos do que já fomos.
Luz seduzida.
Réstia sem crisântemos.
Nu seria bom,
Achar-me,
Entre os pertences,
Ao qual pertenço.
O imenso
Que me pertence
Ao desnudar-me.
Julio Almada In Livro dos silêncios
INSTANTÂNEO ENLACE
O Primeiro nome, deste livro, “pode reunir-se”, deu lugar a uma forma definitiva de chamá - lo: Instantâneo Enlace.
Poemas de diversos Tempos, Temas, Formas.
Um Enlace é o encontro, do que só existe, para encontrar- se.
O Instantâneo é a vitória sobre o tempo.
Só o Instantâneo existe
O permanente instante.
Poemas inéditos escritos nos anos de
1986-1987,1997-1999
Conheça um dos Poemas:
Descubro o vinho
Descubro o vinho
do teu corpo,
Doce
Pássaro,
Que me trouxe:
Motivos para sonhar.
Vinho,
Ave de aroma
Doce,
Que vinho não fosse:
Assim mesmo
Viria me embriagar.
Julio Almada In Instantâneo Enlace
HORA TENAZ
2006 foi uma hora tenaz:
que durou, perdurou e persistiu.
Hora é a maneira de andar, é respiração, é dizer: pois não há como calar.
Tenaz : que não abandona, que incomoda, que dói sem perguntar, que nos brinda com sucessivas tocaias.
Conheça um dos poemas:
Absinto
Amanhecer sem madrugada
Barco de fogo na tempestade
Sol eclipsado
Intimo grito de ecos
Nau de um nauseado
Toque rugoso da imensidade
Órbita difusa no nada.
Julio Almada In Hora Tenaz
POEMAS MAL_DITOS
Já viste convulsão poética?
Palavras mal ditas enquanto a madrugada tentava persuadir o sol a bilhar longe daqui ao menos por um dia: nós vampiros agradecemos. Depois de mordidas: nossas angústias, de exauridas algumas almas e atormentadas algumas calmas, versificamos combates e abraçamos o inimigos, apunhalando a solidão com espinhos abertos em flor.
Conheça um dos poemas:
Receituário
Já avisei, aviso sempre
Me matem antes da meia-noite
Se não o fazem que agüentem
Ou me parem com açoite
Se baterem pouco:
A coisa aperta.
Meu coração estanca a estaca
Bala de perto não é: a de prata.
Julio Almada In Poemas Mal_Ditos
EM UM MAPA SEM CACHORROS
Leitura da Alma se faz na frente do espelho? Nossos cães farejam nosso dia seguinte ou nos perseguem noites em clara à esmo? Quer decifrar ou causar erupções no mundo que nunca fica pronto nem quando partimos para sempre?
41 poemas, Edição do Autor em Outubro de 2009.
Conheça um dos poemas:
POEMA PARA SER BREVE
Amor nunca é veloz
de forma alguma.
É feito de escombros lentos,
forjados inteiros de uma ranhura.
Profundo em rasos tempos,
é tudo: em pouca textura.
Corte na cicatriz vindoura
seca a água que nos sacia.
E quando o olho dilacerado vê
as ruínas já sao outras coisas:
Uma flor que nao disse primavera;
Um céu onde se pousa;
braços ruidosos como laços;
olhos com a pele de uma lâmpada;
O que era eu: um adeus breve.
O que eras tu: nova mariposa.
Julio Almada In Em um mapa sem cachorros
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juliourrutiaga@gmail.com
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