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Estado das Coisas


Pele e ossos
Cadê a vestimenta?
Entre destroços
Que a guerra ostenta.

Olhos escurecidos
Cadê a maquiagem?
Entre feridos
Que as armas coagem.

Cabelos desgrenhados
Cadê o Pente?
Entre petardos
Que caem de repente.

Corpos desfigurados
Cadê a compostura?
Entre soldados
Que vivem a aventura.

Almas sem Corpos
Cadê a Escritura?
Entre mortos
Que saem a procura.


Julio Almada,Instantâneo Enlace

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Posfácio  Julio Urrutiaga Almada  Inevitável, será ou seria, começar esta apreciação, citando ou se exercitando como um felino, depois de tanta embriaguez literária ou à moda Baudelaire, qualquer embriaguez que nos salve desta tacanha quase existência ou reflexão disforme. Mas, nada nos salvará. E acredito que só a felina vontade de impor-se nos impostará a voz até onde seja devido ou buscado. Começo a felinear pelo livro, bem fodido, às 6 da manhã. De quem não deseja oferecer-nos a poesia como comida rápida, devemos esperar Hemistíquios conectando-nos à montanha-russa do poeta feito à forja do dia a dia e respirando tradição que luta para reinventar-se. Nem poeta certificado de escritório, nem transeunte que se esqueceu em alguma esquina já tomada pelos donos da terra. Poesia viva reivindicando soar como música e ser vista como baile. E escuto do Poeta os primeiros versos a girar em meu oficio de leitor:  nunca fui capaz de ter um plano nesta terra redonda e [chata sou a...
Um Novo Conto do Caderno de Ontem no Bloguero: www.bloguerocoisanenhuma.blogspot.com

Alguns Livros de Julio Urrutiaga Almada

LIVRO DOS SILÊNCIOS     “Contrariando minhas premissas, este livro, surgiu de um propósito, aparentemente racional e, como um desabafo do silêncio, fluiu vertiginosamente, de sobressalto, nas contadas horas, de um só dia.”   02/12/2005 Publicado em Abril de 2006, Editora Corifeu, 39 poemas sobre o silêncio nas relações.            EM UM MAPA SEM CACHORROS Leitura da Alma se faz na frente do espelho? Nossos cães farejam nosso dia seguinte ou nos perseguem noites em clara à esmo? Quer decifrar ou causar erupções no mundo que nunca fica pronto nem quando partimos para sempre? 41 poemas. Terceira edição Junho 2015 HORA TENAZ 2006 foi uma hora tenaz: que durou, perdurou e persistiu. Hora é a maneira de andar, é respiração, é dizer: pois não há como calar. Tenaz : que não abandona, que incomoda, que dói sem perguntar, que nos brinda com sucessivas toca...