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Showing posts from October, 2011
Canto Inflado Amor é noite que te canto Mas o que é noite? É quando afoito treme na Janela: não ser teu corpo. Amor já te pensei estrela Nuvem, roçar de terra Amo-te muito e pouco E o que me tem absorto É olhar-te ao não ver-te Sendo o dito o pensado E o sentir o do abandono. Não queria amor cantar Nem adeus nem saudade Nem nada O entreabrir de tua voz Aveludada ao beijar-me É o sonho dessa tarde. Como sonho, como adianto, Um relógio que não anda. Vivo tudo e nada Esse suar tua falta tenta estancar. O alarido das nuvens áridas São flores perfumes só das tuas Maçãs do rosto e olhares Naufragar em ti é levitar. Julio Almada do Livro Hora Tenaz