Skip to main content

Posts

Showing posts from March, 2009
Estarrecido Há uma cidade submersa na cidade Outra há em mim. Não uma senão uma Que emerge à diário E outra ainda soterrada. Uma de enganos sobre tudo Outra de acertos no deserto. E ainda quando é noite No céu, equívoco de outras, Nas minhas é luz ou, O grito De alguém que não me ouve. Julio Almada, Hora Tenaz
Porão Eu desci dos telhados. Saí do olho roxo Das embarcações naufragadas. Auréola de um sinistro desenho: Eu e minha sombra De mãos dadas. Hora inerte no algodão inflamado. Triste coluna de si mesmo: Um beijo doce No flanco amargo. Julio Almada,Hora Tenaz
WWW.JULIOALMADA.NET
Ouça Poesia Declamada http://www.julioalmada.net/audios.php
Múltiplo Desencanto Não era você nem amor nem hora Nem sei se era eu nem sei se adeus Muito menos se agora. O tempo do meu tempo É um não lento veneno Dos meus anos. E não posso tudo que na poça Do medo dos outros mora; Meu medo é poça seca. Nem o desespero me conforma Luz nenhuma ofuscante despenteia O desalinho da vidraça O meu tempo é um veio de um rio Que é fim é tudo e nada E tranca e cava e afoga. Julio Almada, Do livro Hora Tenaz