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Showing posts from December, 2008
Ex - tratos fera O frio que me congela, não é o inverno. Inverno aqui, verão, Em outras terras. A Terra que me preservam, Não dá colheitas. Colheitas são dos que prosperam. Julio Almada, Instantâneo Enlace
Todo Dia Se é para viver: tudo! Antes que a morte nada, Nos deixe além do defunto, A espiar a alma em retirada. Julio Almada
“Ao ler, eu procuro um respiradouro...Se meu olhar escava entre as palavras, é para tentar discernir o que se esboça a distância, nos espaços que se estendem para além da palavra fim” (Calvino, Ítalo. 1999. Se um viajante numa noite de inverno . Trad. N. Moulin. São Paulo: Companhia das Letras). O livro Poemas Mal_Ditos, do poeta Júlio Almada proporciona efeitos múltiplos. A cada nova poesia, a dualidade dos sentidos aflora, se avoluma e transborda em seus infinitos significados. A priori, o leitor mais precipitado, ávido por leituras superficiais, pode achar que o livro é construído em torno de clichês cansados. Mas, não se enganem, é ao contrário, construído com fervor, onde a intertextualidade com seus mestres, encena o jogo das palavras da liberdade e dos signos. Em cada verso há um pouco da medula óssea do autor. Suas palavras compõem, decompõem e recompõem sua voz lírica na árdua busca do fazer poético e de si mesmo. A angústia, a dramatici...
Tigre de Asas A noite é veloz e esquecimento. A Flor que me anima – Esperança. A alma é hora triste, desencontrada, E eu, o que nunca sabem. Andanças minhas não faces. Lembranças as nunca fases. Abraços de fugazes Esperares. Ruídos amassando folhas, Amares invadindo ruas. Fraquezas de desenlace, Soturnas e nuas fugas. As vidas que ocultasse, A dor que se encondesse, O beijo desanuviado, O triste de esquecer – se. Amor como não sabem Chamá-lo de outros nomes? Se, quando nas praças, o encontro, Não sei como chamá-lo. Se quando a relva é triste, Se quando já chorei, O amor se existe, ao longe me olha e finge Nunca saber, O doce dos meus olhos, O quente dos meus lábios, O aroma dos meus fortes Silêncios de enternecer. Amor já me tocaste, Amor triste notar Idas de não voltares O Nunca esquecer. Teus lábios, despetalares, As pétalas do meu querer. De que me vale amar-te? De que me valeu dizer? Que amor há de faltar-te? Se o meu não faltará Que flor há de tocar-te? Se a minha há de murchar. N...